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Shot #23: "Nada a Temer", de Julian Barnes

 



Sorte a do leitor quando encontra em cada página um escritor que assina a sua prosa com uma verve distinguível. 

Julian Barnes discorre ao longo de “Nada a Temer” vivências e ideias sobre aspectos quintessenciais, destilados ao longo de várias gerações familiares.  

Na banalidade quotidiana de uma família ou de um indivíduo existem pilares mestres da humanidade. Pode não ser distinguível pelo comum dos observadores, mas Barnes não é um mero e distraído observador. Dessa matéria regularmente visível vai ao âmago do principal, depura as ideias e apresenta-as como elevada literatura. As situações comezinhas emprestam o colorido ao desenho, ou exemplificam o cerne das interrogações. E são muitas. A religião e a morte entrelaçam-se na memória de Julian Barnes. “Nada a Temer” é sobre ele próprio, é sobre a família e é, principalmente, sobre as dúvidas que nos assaltam desde os primórdios. No particular está o universal. A família Barnes, através da voz autoral de Julian, medita sobre o seu desaparecimento, a relação com Deus, a divindade da Arte. 

“As pessoas dizem sobre a morte: «Não há nada a temer.» Dizem-no depressa, em tom casual. Ora vamos lá dizê-lo outra vez, lentamente e com ênfase: «Não há NADA a temer.»” 

Um belo livro, que intercala melancolia com humor, pessimismo com alegria, qualidade com ainda mais qualidade. 

A reedição de “Nada a Temer” pela Quetzal vem em boa hora. 





ISBN: 9789897226724
Edição: 06-2020
Editor: Quetzal Editores
Idioma: Português
Dimensões: 149 x 233 x 19 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 288
Tipo de Produto: Livro
Coleção: Serpente Emplumada











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