A demanda de Jacques Cormery pelo pai e pelas suas raízes levam-no a rebuscar a memória, sua e alheia. Persegue fantasmas, sem nunca os conseguir delinear. A mãe já pouco se lembra do marido, com quem esteve casada cinco anos, morto na guerra há décadas. Como Camus, Cormery relembra gente e acontecimentos, enquanto franceses e argelinos se repelem socialmente. O clima está longe de ser pacífico. E Cormery, nascido em Solferino (Itália), mas educado em França e Argélia, procura consolar a necessidade de pertença.
A educação foi marcada pelo ambiente matriarcal. Ele e sua mãe obedeciam aos ditames de uma avó agreste, soturna e por vezes violenta, mas que sabia fazer muito do pouco que tinham. A escola foi um luxo pago com mais trabalho e sacrifício das duas mulheres. Sacrifício passado a contragosto pela avó de Cormery, pois era desejo dela que, após o ensino básico, o infante fosse trabalhar. Jacques Ferrandez, a partir da obra homónima e autobiográfica de Albert Camus, entrelaça tempos diferentes de forma fluída e sem complicar a narrativa.
É a terceira obra adaptada de Camus. Depois de “O Hóspede” e de “O Estrangeiro”, o autor também nascido em Argel adaptou a obra incompleta do Prémio Nobel da Literatura em 1957. “O Primeiro Homem” foi encontrado no carro acidentado em que Camus faleceu. No interior da viatura constava um exemplar de “A Gaia Ciência”, de Nietzsche, dois pequenos cadernos e cento e quarenta páginas deste livro que o autor francês via como a “Guerra e Paz” dos franceses na Argélia. Francine Camus, viúva do autor, viria a dactilografar a intrincada caligrafia que narra a história do escritor Jacques Cormery na demanda dos passos do pai, agricultor do leste da Argélia, que viria a morrer nas primeiras semanas da Grande Guerra. Ler as ideias de Cormery é ler as ideias de Camus sobre o conflito franco-argelino e as complexas relações sociais entre franceses e argelinos. Devido a questões políticas, decidiram não publicar. Isso só aconteceria trinta quatro anos depois, após nova versão dactilografada por Catherine Camus, filha de Albert Camus. Em 1994 é publicado com êxito imediato. Segundo Alice Kaplan (prefaciadora), “é impossível deixarmos de nos perguntar como foi possível ler, estudar e ensinar Camus sem esse texto fundamental”. É a terceira adaptação de Camus por Jacques Ferrandez e é a terceira publicação, pela Porto Editora, de adaptações de clássicos da literatura. Depois de “O Velho e o Mar” e “Anne Frank”, vem “O Primeiro Homem”. Tendo qualidade destacável, fica, ainda assim, aquém das adaptações dos livros de Hemingway e de Anne Frank.
A educação foi marcada pelo ambiente matriarcal. Ele e sua mãe obedeciam aos ditames de uma avó agreste, soturna e por vezes violenta, mas que sabia fazer muito do pouco que tinham. A escola foi um luxo pago com mais trabalho e sacrifício das duas mulheres. Sacrifício passado a contragosto pela avó de Cormery, pois era desejo dela que, após o ensino básico, o infante fosse trabalhar. Jacques Ferrandez, a partir da obra homónima e autobiográfica de Albert Camus, entrelaça tempos diferentes de forma fluída e sem complicar a narrativa.
É a terceira obra adaptada de Camus. Depois de “O Hóspede” e de “O Estrangeiro”, o autor também nascido em Argel adaptou a obra incompleta do Prémio Nobel da Literatura em 1957. “O Primeiro Homem” foi encontrado no carro acidentado em que Camus faleceu. No interior da viatura constava um exemplar de “A Gaia Ciência”, de Nietzsche, dois pequenos cadernos e cento e quarenta páginas deste livro que o autor francês via como a “Guerra e Paz” dos franceses na Argélia. Francine Camus, viúva do autor, viria a dactilografar a intrincada caligrafia que narra a história do escritor Jacques Cormery na demanda dos passos do pai, agricultor do leste da Argélia, que viria a morrer nas primeiras semanas da Grande Guerra. Ler as ideias de Cormery é ler as ideias de Camus sobre o conflito franco-argelino e as complexas relações sociais entre franceses e argelinos. Devido a questões políticas, decidiram não publicar. Isso só aconteceria trinta quatro anos depois, após nova versão dactilografada por Catherine Camus, filha de Albert Camus. Em 1994 é publicado com êxito imediato. Segundo Alice Kaplan (prefaciadora), “é impossível deixarmos de nos perguntar como foi possível ler, estudar e ensinar Camus sem esse texto fundamental”. É a terceira adaptação de Camus por Jacques Ferrandez e é a terceira publicação, pela Porto Editora, de adaptações de clássicos da literatura. Depois de “O Velho e o Mar” e “Anne Frank”, vem “O Primeiro Homem”. Tendo qualidade destacável, fica, ainda assim, aquém das adaptações dos livros de Hemingway e de Anne Frank.
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