Todos os haikus sobre animais
de Kobayashi Issa
Os Animais chega às livrarias a 21 de
março, Dia Mundial da Poesia
Depois da coletânea de haikus O Eremita Viajante, de Matsuo
Bashô, a Assírio & Alvim publica a 21 de março Os Animais, do
poeta japonês Kobayashi Issa, conhecido, tal como Bashô, como
um dos «Quatro Grandes da Poesia Haiku».
Issa escreveu perto de vinte mil haikus – para além de um legado
enorme sob outros formatos literários – e cerca de dois mil têm os
animais como protagonistas, sendo seguramente o escritor que
mais usou este tema no universo poético nipónico. E, como afirma
Joaquim M. Palma, responsável pelas versões em português e
pela apresentação desta obra, «fê-lo com tanta maestria e
encanto que hoje em dia não há, no Japão, adulto ou criança que
não saiba de memória um punhado dos seus haikus».
dentro do nevoeiro
três pinheiros e dois grous
marido e mulher.
Nascido em junho de 1763, na aldeia de Kashiwabara, Kobayashi
Yatarô é o primeiro filho de um casal de proprietários rurais
pertencentes à classe média. Aos três anos de idade fica órfão de
mãe e é, pouco depois, entregue aos cuidados da avó paterna.
Cinco anos após ter enviuvado, o pai contrai segundo casamento
e traz o filho para o seio da nova família. No entanto, a relação
extremamente turbulenta com a sua madrasta provoca a sua
partida para Edo (atualmente, Tóquio) em 1777, com catorze anos
de idade. Em 1787 passa a frequentar uma escola de poesia
fundada por Chikua, um discípulo de Bashô, aparecendo então os
seus primeiros haikus. Numa recolha de poesia haikai, surge o
primeiro poema assinado com o nome literário «Issa», que quer
dizer «chávena de chá». Ao fim de 37 anos em Edo, Issa regressa
a Kashiwabara. Aí, casa-se pela primeira vez e tem quatro filhos,
dos quais morrem três, assim como a mulher, em trabalho de
parto. O segundo casamento é fracassado e, durante o terceiro,
Issa morre, a 5 de janeiro de 1828, sem conhecer a filha mais
nova.
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