Já estão disponíveis os volumes 14 e 23 das Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa, uma coleção exclusiva do Círculo
de Leitores sob a égide da Universidade de Coimbra e da Universidade Aberta e com o apoio da Fundação Calouste
Gulbenkian, do Ministério da Educação e da Biblioteca Nacional de Portugal.
No volume 14, «Primeiros textos sobre igualdade e dignidade humanas», reúnem-se diversos
textos de diferentes tipologias – sermões, cartas régias, poesia, prosa, textos legais – e de
diferentes épocas – do século XVI ao século XVIII – que foram precursores, no nosso país e no
seu contexto histórico específico, do debate em torno do que chamamos igualdade e
dignidade humanas. Tratam temas como a condição feminina, a desigualdade entre grupos
discriminados pela sua cor, origem étnica e religião (índios e negros e judeus), a liberdade dos
índios brasileiros, a defesa dos inalienáveis direitos humanos e do cidadão ou a abolição da
pena de morte. Pelo seu pioneirismo, por vezes até no âmbito internacional, estas obras
estiveram na génese da lenta evolução histórica em direção a uma sociedade
progressivamente mais justa. O volume é composto pelos seguintes textos, todos eles
apresentados e contextualizados por coordenadores especializados: Dos privilégios e
prerrogativas que o género feminino tem por direito comum e Ordenações do reino mais que o género masculino, de
Rui Gonçalves (coordenação de Maria Antónia Lopes); Sermão XX, Sermão XXVII e Voto sobre as dúvidas dos
moradores de São Paulo acerca da administração dos índios, do Padre António Vieira (coordenação de José Eduardo
Franco, Pedro Calafate e Ricardo Ventura); Bondade das mulheres vindicada e malícia dos homens manifesta, de Paula
da Graça (coordenação de Maria Antónia Lopes); Origem da denominação de cristão-velho e cristão-novo no reino de
Portugal, de António Nunes Ribeiro Sanches (coordenação de Fernando Augusto Machado); Lei da liberdade dos índios
do Grão-Pará e Maranhão, de 1755 (coordenação de Paulo de Assunção); Carta régia de 20 de março de 1758, Alvarás
de 8 de maio de 1758, de 19 de setembro de 1761 e de 16 de janeiro de 1773 (coordenação de Margarida Seixas); Lei
de abolição da distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, de 1773; Bases da Constituição de 1822 (coordenação
de Susana Alves-Jesus); Cartas de Olinda e Alzira, de Bocage (coordenação de Daniel Pires); Declaração dos direitos e
deveres do homem e do cidadão, de Silvestre Pinheiro Ferreira; Carta de lei de abolição da pena de morte para crimes
civis em Portugal (coordenação de Susana Alves-Jesus).
Sob coordenação de Belmiro Fernandes Pereira, o volume 23, «Primeira arte de retórica», é inteiramente dedicado à
obra Nova arte de conceitos de Francisco Leitão Ferreira (1667-1735). O compêndio deste autor, versando sobre a
teoria da retórica, a eloquência e a argumentação, não só representa o apogeu da arte oratória em Portugal como
avulta enquanto obra pioneira da cultura nacional, já que foi a primeira retórica em língua portuguesa a ser impressa e
a ter, fora das escolas, real impacto na vida intelectual do país.
«Equações da Arte», o terceiro volume da coleção Arte e Ciência, de Paulo Pereira,
chega em exclusivo aos leitores. Neste tão esperado livro, o autor mostra de que modo
se formaram os saberes e os conhecimentos sobre os quais assentavam as bases para a
produção artística na transição entre a Idade Média e o Renascimento, momento-chave
da história da arte ocidental. Acompanhar-se-á a lenta passagem de um conhecimento
eminentemente prático da geometria e da proporção, transmitido exclusivamente de
mestre a aprendiz na Idade Média, para um tipo de conhecimento geométrico mais
teórico, fortemente associado à matemática, que se exprime na descoberta da
perspetiva linear e nas diferentes fórmulas que foram sendo propostas para o seu
domínio e aplicação. Esta transição de saberes constitui um dos mais apaixonantes
momentos da história da arte ao encontro da ciência.
Por outro lado, estes conhecimentos foram sendo submetidos ao peso inelutável das Escrituras para basear nas
construções bíblicas o desenho, as referências e os símbolos que um edifício (sagrado) deve ter. Assim, diversas obras
da arquitetura, da pintura e do desenho denotam, nas suas referências, na sua proporção e no seu simbolismo, uma
forte influência das «arquiteturas bíblicas»: a Arca de Noé, o Templo de Moisés, o Templo de Salomão, a Jerusalém
Celeste ou a Torre de Babel.


Para os mais novos, o Círculo de Leitores sugere a coleção Primeiras
Leituras, concebida a pensar nas crianças que estão a começar a ler,
sob consultadoria de Alison Kelly, especialista em Educação e
Professora Associada na Universidade de Roehampton, Londres. Da
leitura acompanhada à leitura autónoma, estes livros ajudam os
mais novos a desenvolver a sua capacidade de compreensão e
interpretação de textos, em três níveis evolutivos. Em «A Arca de
Noé», de Kate Davies (texto) e John Joven (ilustrações), os
pequenos leitores são convidados a subir a bordo para conhecer
esta bela adaptação ilustrada de uma das histórias mais apreciadas
da Bíblia. «A Arca de Noé»é uma das histórias bíblicas mais
conhecidas. Surge no Génesis, o primeiro livro da Bíblia, mas existem versões diferentes acerca de um enorme dilúvio
na Antiguidade. As histórias sobre o dilúvio são contadas no Cristianismo, Islamismo e Judaísmo. Em «O
Polegarzinho», de Katie Daynes (texto) e Wesley Robins (ilustrações), um agricultor e a sua mulher querem muito ter
um filho, “mesmo que ele seja tão pequeno como um polegar”! O casal nunca pensou que o seu desejo se
concretizasse, e muito menos esperou que o seu minúsculo filho se tornasse um corajoso cavaleiro.
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