Penafiel e Miguel Sousa Tavares, um amor correspondido
Penafiel festejou entre 16 e 22 de Outubro o 10º aniversário da Escritaria e a vida e obra de Miguel Sousa Tavares.
Música, Arte de Rua, Teatro, Sessões de Autógrafos, Feira do Livro, Arruada, Entrevista e Conferência juntaram muitos admiradores do autor de “Rio das Flores” e “Equador”
Em Coimbra, bem mais de uma hora depois de o Alfa Pendular sair de Lisboa, a chuva deslizou pela janela. Lá fora, a destruição dos últimos dias. Árvores e vegetação carbonizadas, terra negra com pequenas colunas fumegantes, um cheiro intenso a queimado, e aquela chuva, sarcástica e atrasada, a molhar as cinzas.
Até Aveiro, o cenário foi similar ao de “A Estrada”, de Cormac McCarthy. O fim do mundo para quem vive ali, um horror higienizado pela distância para quem assistiu pela televisão. O país ardeu, animais e pessoas morreram queimadas. De Aveiro ao Porto, a terra foi recuperando a sua vitalidade.
Falar de literatura, ou de qualquer arte, parece irrelevante. Mas debaixo daquelas cinzas, como do silêncio, já algo brota. E se a chuva não apagou, agora está para fazer nascer. A terra regenera-se. Infelizmente, a dor também. Não há água que retire essa sujidade. Mas o homem arranca sempre algo novo do vazio. A literatura tem excepcionais exemplos. Um deles é a Escritaria, em Penafiel. Começou com a homenagem a Urbano Tavares Rodrigues. Seguiram-se José Saramago, Agustina Bessa-Luís, António Lobo Antunes, Mia Couto, Mário de Carvalho, Lídia Jorge, Mário Cláudio e Alice Vieira. Miguel Sousa Tavares é o mais recente homenageado pela cidade literária de Penafiel.
Texto Completo: http://www.comunidadeculturaearte.com/penafiel-e-miguel-sousa-tavares-um-amor-correspondido/
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