Pedro Vieira (N.1975; Lisboa) utiliza a ironia na descodificação do outro e de si próprio. Seja através da ilustração, da literatura, da apresentação de “Inferno” (Canal Q) ou como guionista do mesmo canal, a sua perspectiva deixa uma marca particular. O autor premiado com o Prémio PEN 2012 para Primeiro Romance (“Última Paragem, Massamá”) faz da literatura uma forma de entender a sociedade e a pessoa que, de tão perto, pouca gente vê. “O que não pode ser salvo” (Quetzal) é um exemplo dessa capacidade analítica.
O
segundo romance de Pedro Vieira é uma impiedosa abordagem literária
sobre a inadaptação, a procura de identidade, a incerteza moral e a
(im)possibilidade de encontrar uma saída da mediocridade. A
entrevista agora apresentada decorreu na última edição das
Correntes d`Escritas, na Póvoa de Varzim, a propósito da publicação
de “O que não pode ser salvo”.
Dizes
que nasceste em Lisboa e que tens várias actividades profissionais
(consultor na Booktailors, guionista no Canal Q, ilustrador na LER).
Ou não nasceste em Lisboa, mas sim em Berlim, ou a população dos
países do sul da Europa não é assim tão preguiçosa. És alemão
ou preguiçoso?
[risos]
Nasci em Lisboa, no “galinheiro” da Alfredo da Costa. Não digo
que sou o mais lisboeta possível, pois os meus pais não nasceram em
Lisboa. O meu pai nasceu na Maia e a minha mãe no Minho. Migraram
para Lisboa e faço parte da primeira geração da nossa família,
juntamente com alguns primos e a minha irmã mais velha, a nascer em
Lisboa.
Não
sou germânico.
Há
quem diga que no norte é que se trabalha; se esse mito for verdade
posso ter alguma carga genética que me predispõe para isso. Eu,
como toda a gente, tenho uma carga de inércia ou de procrastinação.
Interesso-me
por muitos assuntos. Isso faz com que me interesse por várias
coisas. Normalmente, se me desafiarem para algo que eu pense ter
possibilidade de tentar, eu tento. E é o que tem acontecido.
“Português
entre escombros” [dados biográficos presentes em “O que não
pode ser salvo], assim te defines. Vês-te numa sociedade em ruínas?
De
alguma forma, vou sempre querer que aquilo que eu faça reflicta
aquilo que eu vejo. Depois, isso pode ser mais ou menos conseguido,
com mais ou menos matizes. Se eu lanço algo para o espaço público
e isso está a representar-me, gosto de referir o contexto que
conheço e em que vivo. De momento, vivemos entre ruínas.
Foi
uma forma não ostensiva de fazer um comentário de enquadramento da
situação em que o país vive, neste momento, e na qual eu vivo
também. É só para nos enquadrar no espaço e no tempo.
Analisas
as tuas personagens e acções através da perspectiva religiosa (a
menção aos evangelhos é constante), familiar (onde existe
adultério, alcoolismo), literária (com constantes menções a
Vila-Matas) ou profissional. Tens uma perspectiva pessimista, ou
mesmo niilista, da sociedade?
Não,
não tenho. Não posso dizer que seja um optimista crónico. Tenho
tendência para ver as coisas no dia-a-dia de uma forma mais ou menos
luminosa. No entanto, gosto de retractar determinados contextos e
formas de vida no nosso país que, por vezes, estão fora do espectro
da criação. É isso que me interessa mais. Existem várias
situações em conjunto: por um lado, mostrar vidas do tipo comum, se
é que se pode classificar uma vida desta maneira; e, por outro, usar
outros artifícios que têm a ver com a nossa identidade.
É
um lugar-comum, mas quando escrevemos pomos sempre coisas nossas. A
minha relação com a religião, por exemplo, está viva. O
território da escrita é propício a isso, a mostrar isso. Essa
carga está muito viva entre nós, seja de uma forma mais mitigada,
em situações em que a religião já não tem o peso que tinha há
umas décadas, ou de uma forma mais marcada.
Pode
não ter a ver com cumprir determinado culto, mas o tipo de
mentalidade ou de raciocínios que nós fazemos tem ainda muito a ver
com isso. Se estou a contar histórias que têm a ver connosco, não
gosto de me aventurar a escrever sobre aquilo que conheço mal.
Imagino
sempre que estou a criar com uma manta de retalhos de informações
que retenho, de informações que me ficam a martelar a cabeça, de
situações a que assisto. Tento compor um conjunto a partir disso.
Não quer dizer que conheça em profundidade vidas como aquelas que
quero retractar. Não tenho o tipo de vida das pessoas que retracto
nos meus livros, mas conheço o suficiente sobre esse tipo de vidas
para querer usá-las, de um modo literário, como uma alavanca das
histórias que quero contar.
Queres
partir do que conheces para conhecer melhor?
De
alguma maneira sim, mas também para mostrar que, nas coisas que têm
menos glamour, há matéria literária. Isso para mim é mais
interessante.
O
trabalho já não é certo, a família está em desagregação, a
religião está a perder espaço.
Onde
podemos ir buscar valores, actualmente?
É
uma questão difícil. Quem me dera saber qual é a fonte correcta de
valores. Não sei quais serão os valores correctos. Não gosto de
ter uma visão moral sobre as coisas. Sei que há palavras que estão
um bocado desaparecidas da nossa esfera pública: a decência e a
confiança têm vindo a desaparecer. Naturalmente, essas situações
que resumiste antes da pergunta também se ausentaram noutras
sociedades que conseguem ser mais decentes do que a nossa. Nós
olhamos para determinados países que não estão muito longe de nós
e vemos que as famílias mudaram muito. Já esperas que um casal
esteja separado ao fim de meia dúzia de anos e os filhos cresçam em
duas casas. Isto não quer dizer que as pessoas não consigam ter
vidas saudáveis e realizadas.
Nós
temos um problema sério de elites no plano político, económico e
religioso que não nos tem ajudado a sermos pessoas melhores. É um
nosso problema crónico. Ter sempre elites muito fracas. Quando as
elites são muito fracas, o processo natural é que deixemos as
coisas desagregarem-se. Não quero elaborar muito, pois não tenho
nenhuma teoria sobre nós; tenho retractos que gosto de fazer.
As
tuas personagens enfrentam ou estão contextualizadas pela
precariedade (laboral, familiar, social). É um retracto de uma
geração?
Não
sei se posso dizer que é de uma geração; talvez seja de um
instante que já dura há algum tempo. Eu diria que é algo
geracional porque nós, de alguma maneira, sempre fomos precários em
qualquer coisa. Se fizermos um retracto do nosso século XX, para não
ir mais longe, nós sempre fomos precários de alguma maneira: na
alfabetização, na liberdade… Tivemos uma ditadura que está mais
do que escalpelizada, mas que ainda pesa muito no que nós somos.
Agora
temos outro tipo de precariedade.
Por
que trazes os subúrbios para a literatura?
Gosto
do contexto de vidas urbanas, independentemente de serem em Lisboa ou
mesmo Portugal, do poder de atracção que as cidades têm e das
possibilidades trazidas pela densidade populacional. Há uma grande
quantidade de histórias que se acumulam e há muitas hipóteses
narrativas. Nós olhamos para um território como Lisboa e vemos que
há subúrbios dentro do concelho de Lisboa. Nós temos a Lisboa do
turismo, a Lisboa antiga e a Lisboa mais solene do Terreiro do Paço
e da Assembleia. Além disso, temos bairros periféricos ainda dentro
do concelho. Fora do concelho, começa a chamada periferia, ou
subúrbios. É nessas zonas que mora a grande parte da população de
Lisboa. Muitas histórias estão aí. Se conseguir imprimir uma carga
literária às narrativas dessas pessoas, fico feliz.
As
principais personagens são, essencialmente, emigrantes e imigrantes
de 2ª geração…
Sim,
quis que estivessem presente os temas da identidade, da pertença e
do destino, que são conceitos que me interessam. Quis explorar isso
por esse caminho.
Aliás,
a questão do subúrbio até está um bocadinho mais mitigada do que
no primeiro livro que eu escrevi [“Última Paragem, Massamá”]. O
título [do primeiro livro] foi apresentado daquela maneira para
remeter imediatamente para esse tipo de discurso e de universo.
De
que forma é que tu cresceres num sítio vai condicionar a tua vida
futura? Se tu gostas do sítio onde vives e és obrigado a mudar que
implicação é que isso vai ter na tua vida?
As
tuas personagens em “O que não pode ser salvo” são reféns de
determinismos sociais?
De
alguma maneira, sim. Claro que temos sempre margem de manobra e que
podemos fazer escolhas, mas não vivemos ainda num contexto de
igualdade de oportunidades. Isso determina o tipo de vidas que as
pessoas têm. Isto não quer dizer que não haja exemplos distintos
disto.
Independentemente
dos determinismos sociais, o poder do acaso e os detalhes que
condicionam a nossa vida fascinam-me. Espero que as histórias que eu
conto também reflictam isso.
Achille
Mbembe, em “Crítica da Razão Negra”, fala no “Devir Negro do
Mundo”. Devido às condições laborais dentro do liberalismo, o
trabalhador é o novo negro. Tiago, Janine, Mateus representam os
novos negros do mundo?
Nós,
de alguma maneira, estamos em retrocesso na questão do trabalho, na
possibilidade de programar uma vida com mais preceito, em pensarmos
que a vida melhora à medida que envelhecemos ou à medida que as
gerações se vão sucedendo. O raciocínio lógico seria de que
tivéssemos uma vida melhor do que a anterior. Aconteceu
sucessivamente durante algum tempo, mas de repente esse raciocínio
foi posto em causa. Existe o risco das gerações mais novas, que
entram agora no mundo do trabalho, terem vidas piores do que as dos
seus pais. Isso não era expectável até há relativamente pouco
tempo.
Não
sei se posso pôr as coisas nesses termos. Ainda assim, não se podem
comparar as condições de trabalho numa sociedade como a portuguesa
com as condições em que viviam os negros. E nem é preciso ir ao
período da escravatura. Basta olhar para os Estados Unidos dos anos
50, 60 para percebermos que eram situações mais radicais e mais
gravosas.
Nós
- não só em Portugal - deixámos de ter um princípio mais ou menos
universal de direito ao trabalho para quase termos de pedinchar esse
favor. Isso diminui-nos e fere a nossa dignidade.
Depois
há outra questão: dentro disso, os “novos negros”, em certa
medida, continuam a ser os antigos negros. Muitas vezes lemos ou
ouvimos que Portugal nunca foi um país racista como os outros, ou
que nunca colonizou da mesma forma, mas depois olhamos para sociedade
e percebemos que não há representação dos negros, que são uma
fatia importante da sociedade portuguesa. Mal consegues apontar um
deputado negro, em 230. Houve uma situação recente, mais ou menos
caricata, que foi o momento em que a TVI decidiu ter um “pivô”
negro. Foi um fenómeno. Não consegues apontar um “CEO” negro.
Quase não há sectores de actividade em que as figuras de relevo
sejam negros. Se calhar com excepção do futebol.
Os
“novos negros” são os antigos, para usar a terminologia que tu
usaste, e no que diz respeito à massa proletária (não sei se ainda
se pode dizer isto; remete para o PREC) as coisas têm regredido,
paradoxalmente, em nome de uma sociedade mais livre e onde o mercado
funciona.
Fizeste,
em “Última Paragem, Massamá”, o paralelismo entre a época 19
depois de Cristo e o triângulo amoroso do livro. Essa estratégia
foi aplicada na relação entre a chegada da Tróica em 1983 e a de
2011?
Na
primeira vez, o exercício foi mais arriscado porque fiz um paralelo
directo entre um acontecimento muito específico de há dois mil anos
e uma situação vivida por um triângulo amoroso já no século XXI.
Quando
fui desafiado a escrever um romance, pensei que tinha de escrever
sobre alguma coisa de que eu gostasse. Uma dessas coisas é o Império
Romano e as respectivas histórias da altura do seu apogeu. Por nada
de especial. É um interesse como outro qualquer. Não tenho nenhuma
explicação lógica para isso.
Pensei
que se ia escrever alguma coisa, era para me sentir confortável.
Tinha que arranjar forma de meter o Império Romano no romance
[“Última Paragem, Massamá”]. Não tem grande segredo literário.
Acabei por ir buscar um episódio que retracta uma situação
intemporal. Foi esse artifício que utilizei no outro livro.
Neste
caso, já não “estiquei tanto a corda”, porque é mais óbvio.
Nesse aspecto, foi algo mais lógico.
Estamos
perante mais um trio amoroso. É um fetiche teu?
Tenho
tendência a gostar de trios [risos]. A verdade é que acaba por ser
um estereótipo da ficção. O humor também é um estereótipo da
ficção. Gosto de manter algum classicismo nisso; contar e recontar
a mesma história muitas vezes, falar sobre o amor, as relações,
sobre a forma como nos posicionamos em relação aos outros. O
arquétipo do triângulo amoroso é muito sedutor.
Falaste
no Classicismo, no entanto a linguagem utilizada é absolutamente
actual. Utilizas um ritmo veloz e uma linguagem coloquial, muitas
vezes afastada do discurso literário. A que se deve a escolha destes
recursos estilísticos?
Quando
comecei estes exercícios de escrita, acabei por utilizar um registo
no qual eu me sinto mais confortável. Não sei se se pode chamar de
voz… É um registo no qual me sinto bem. Gosto dessa coloquialidade
porque apresenta, de uma forma mais fidedigna, uma época, um modo de
estar e de falar de tipos de identidade que andam à nossa volta e
nas quais eu me integro também; por outro lado gosto de partir um
bocado a espinha do solene na literatura. Claro que há autores,
mesmo contemporâneos, que eu vou sempre admirar e que estão mais
nesse território, mas gosto de tirar o tapete a essa linguagem
poética, ou mais literária. Gosto de usar as coisas do dia-a-dia,
seja nas vidas que quero retractar, seja na linguagem utilizada, seja
na forma como quero que essas minhas personagens falem e interajam.
É
um desejo de naturalidade no discurso e é uma forma de dessacralizar
a literatura.
É
uma escrita mais vinculada à realidade do que centrada em si
própria?
Eu
gostava que fosse. Se aquilo que escrevo for interpretado dessa
maneira, fico contente. Quando estou a escrever, quero fazer
retractos e quero que esses retractos digam o que se passa no
momento. Daí eu utilizar a linguagem de “chat”, por exemplo,
porque falamos de várias formas e não quero que isso esteja ausente
do meu discurso. Se é literário ou não, caberá a quem de direito
avaliar isso. Mesmo quando estamos a fazer uma coisa que é suposto
ser literária, podemos usar o discurso corrente e sobretudo usar os
instrumentos de comunicação que estão a ser utilizados agora.
A
tua prosa é torrencial, fluida, onde sobrepões tempos, pensamentos,
imagens… Antes de começares a escrever tens algum plano, ou
deixas-te levar por essa velocidade até parte incerta?
Tenho
um plano, mas acabo por não o cumprir na íntegra.
Antes
de começar a escrita, tento desenhar um esqueleto. Isto não tem a
ver só com os livros. Noutras situações que eu tenha de resolver
profissionalmente, sinto a necessidade de tomar notas, de escrever,
de usar o papel, lápis… A caneta sobre o papel ajuda-me a pensar.
Não
nasci no ambiente digital, por isso é para mim mais natural pensar
com ajuda do papel. Assim, antes de partir para a escrita [no
computador], sinto-me melhor se já tiver um plano.
O
Tiago [personagem] gosta muito de guiões. O que tu fazes é um
guião?
Um
guião tem de ser um produto mais acabado do que aquilo que eu faço
antes de começar a escrever. Um guião já tem que determinar aquilo
que vai acontecer na acção.
Tens
uma serigrafia do Misha?
Não
tenho.
E
achas que os teus óculos são giros?
Por
acaso, acho. De outra forma não os teria comprado.
Quando
de ti há em Tiago que tem uma serigrafia do Misha e, segundo ele,
uns óculos giros?
Há
muito, como em todas as personagens que crio.
É
uma forma ardilosa de contornar a tua pergunta.
É
natural que passemos muito de nós para as personagens. Há alguns
aspectos da vida do personagem Tiago que podem ter a ver comigo, ou
podem ter a ver com o universo que conheço de perto, ou com os
tiques de comportamento que nós assistimos hoje em dia. Não quer
dizer que eu me projecto nele tal qual não me projecto nos outros
personagens, mas pode haver uma parte de mim em todos, ou pode não
haver nada. É algo que os leitores podem tentar perceber, ou não.
Faz parte do jogo literário.
Compraste
um livro de Vila-Matas, na Feira do Livro das Correntes d`Escritas.
Vila-Matas
é muito mencionado. Tiago chega a escolher as raparigas através de
“ela gosta/não gosta” do autor espanhol. É uma influência
Literária?
Não,
por acaso não.
É
um autor pelo qual tenho bastante curiosidade. Hoje comprei
“Suicídios Exemplares”, não só por ter interesse pelos livros
dele, mas também por tratar de forma literária o tema do suicídio.
Isso interessa-me. Não há nada mais radical do que acabar com a
própria vida. E utilizei-o na narrativa por duas razões:
Vila-Matas
remete para a farsa e para o engano. Nunca sabemos o que é real, o
que não é, se há equívoco, as personalidades dúbias… Sabemos
que ele quer estar sempre a fazer um jogo com os leitores. O universo
que ele construiu tem muito a ver com isso.
Como
o próprio Tiago é um personagem do engano e da trapaça, pensei que
seria bom ter um trapaceiro literário a servir de muleta ao
personagem; depois, porque fica sempre bem falar de autores em
livros. Por que não o Vila-Matas?
Há
pistas neste livro que remetem para o teu primeiro livro?
Há
algumas alusões ténues ao primeiro livro. Fazem sentido estarem lá
porque seria muito bom criar, literariamente, o meu mundo.
Não
tenho nenhuma teoria desenvolvida sobre isto, mas terá algum
interesse se alguém decidir acompanhar aquilo que eu vou fazendo. No
entanto, quero manter histórias que vivam por si.
Se
não estou enganado, “Última Paragem, Massamá” vai ser agora
traduzido para outras línguas. Quais são?
Sim,
sim… em italiano.
Haverá
uma edição no Brasil, também.
Pensas
que irá ser difícil traduzir o teu livro para italiano?
Não
será muito fácil. Segundo sei, já existe uma primeira versão da
tradução.
Há
pouco tempo, recebi um email do editor italiano a perguntar se eu
estaria disponível para, caso seja necessário, acompanhar uma
revisão da tradução. A tradutora tem necessidade de esclarecer
alguns pontos e vai tentar destrinçar o universo e a própria
linguagem em que o livro está assente. É natural. Tem muitos
chavões portugueses, muitos modos de falar e de estar que se calhar
num outro país precisam de ser adaptados.
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