
"O menino Santiago, criança pobre e abandonada, regressa à aldeia muitos anos depois já como Dr. Santiago.É um homem em fuga de uma mulher manipuladora e de ameaças de morte em plena contenda entre liberais e absolutistas."
"De facto, há diferenças entre os demónios e a obra de que falamos. Mas não há uma diferença de qualidade. Essa mantém-se. Se há algo que o Carlos prova com Mal-Nascer é que tem capacidade mais do que suficiente para merecer toda a atenção dos leitores e da crítica literária."

Essa preocupação com o Outro é parte essencial na temática desta obra:
Repare-se na luta entre classes sociais,
no peso da Igreja nas sociedades menos letradas e mais fechadas
e
na pobreza como influência decisiva na formação do ser humano"
"A pobreza não é romantizada em Mal Nascer. Carlos Campaniço percebe, se me é permitido dizer, que a dignidade do Homem é posta em causa quando em situação de pobreza. E não me refiro só à pobreza material, embora saibamos que sem pão não há literatura ou filosofia. Refiro-me à pobreza de espírito, também.

A mãe de Santiago Barcelos é uma mulher pobre tanto no aspecto material como em espírito, pois mal tem côdea para a boca e não percebe que há uma saída libertadora da violência doméstica."

Vemos muitos Albano Chagas na nossa sociedade. São aqueles que exercem o poder sem a mínima preocupação com a dignidade do Outro e que impõem a culpa onde ela não existe. É o que Albano Chagas provoca na aldeia, na mãe do menino Santiago e no padrasto. "
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