“Correntes d´Escritas”
Escrevo, neste momento, ao som da chuva
e das ondas do mar. Escrevo e lembro-me das palavras de Luís Cardoso ditas
ontem, na apresentação do seu livro. Palavras que me dão fome.
Os primeiros contactos do escritor timorense com a língua portuguesa foram devido ao pão. Melhor: ao pão com manteiga.
Luís Cardoso ajudava um amigo português, filho de um padeiro, na tradução Tétum-Português-Tétum, em Timor. Como retribuição do seu trabalho, recebia pão com manteiga.
Lembro-me das histórias que me contou, hoje de manhã, em entrevista. Falámos de sandálias, de Timor, de Enmanuel Jhesus, de Cultura...e de Silvicultura.
Luís Cardoso estudou Silvicultura com José Eduardo Agualusa (escritor angolano), José Riço Direitinho (escritor/crítico) português, Tim, engenheiro agrónomo vocalista dos Xutos e Pontapés, João Afonso (cantor).
Desconfio, e tive oportunidade de dizer ao Luís, que nenhum destes alunos prestou atenção nas aulas. Ora falavam de música ora de Literatura. A resposta, que poderão ler na entrevista, foi muito convincente. Mas desconfio. E se não prestaram atenção nas aulas, os leitores, a julgar pela aceitação, até agradecem.
Tenho a certeza do seguinte: Na voz de Luís Cardoso há muitas vozes, há muita gente, há muitos timorenses.
É a primeira vez que venho assistir às Correntes.
Os primeiros contactos do escritor timorense com a língua portuguesa foram devido ao pão. Melhor: ao pão com manteiga.
Luís Cardoso ajudava um amigo português, filho de um padeiro, na tradução Tétum-Português-Tétum, em Timor. Como retribuição do seu trabalho, recebia pão com manteiga.
Lembro-me das histórias que me contou, hoje de manhã, em entrevista. Falámos de sandálias, de Timor, de Enmanuel Jhesus, de Cultura...e de Silvicultura.
Luís Cardoso estudou Silvicultura com José Eduardo Agualusa (escritor angolano), José Riço Direitinho (escritor/crítico) português, Tim, engenheiro agrónomo vocalista dos Xutos e Pontapés, João Afonso (cantor).
Desconfio, e tive oportunidade de dizer ao Luís, que nenhum destes alunos prestou atenção nas aulas. Ora falavam de música ora de Literatura. A resposta, que poderão ler na entrevista, foi muito convincente. Mas desconfio. E se não prestaram atenção nas aulas, os leitores, a julgar pela aceitação, até agradecem.
Tenho a certeza do seguinte: Na voz de Luís Cardoso há muitas vozes, há muita gente, há muitos timorenses.
É a primeira vez que venho assistir às Correntes.
Não escondo o contentamento. Aliás,
gostaria de não o perder. Lembro-me do meu filho e sinto-me tão contente como
ele quando entra numa loja de gomas. Mas a mim são as palavras que sabem tão
bem.
O convívio entre escritores, jornalistas e público acontece...naturalmente. Todos se reúnem à volta do protagonista: o livro. É uma relação de reverência a essa máquina de viajar no tempo.
O convívio entre escritores, jornalistas e público acontece...naturalmente. Todos se reúnem à volta do protagonista: o livro. É uma relação de reverência a essa máquina de viajar no tempo.
Nas Correntes, parte da História da
Literatura senta-se à mesa.
(Não resisti e tive de ir buscar uma
sande. As palavras de Luís Cardoso deram-me fome.
No bar, o pão foi acompanhado por mais
uma conversa sobre literatura.)
Hélia Correia, “mãe” de Lillias Fraser,
ganhou o principal prémio… excepto para o JN, que insistiu que seria o enorme
escritor Manuel António Pina.
Hélia Correia tem um luminoso sorriso de criança.
Quando saí do Casino da Póvoa, onde assisti
ao discurso da premiada Hélia Correia, lembrei-me de uma conversa que tive
ontem quando cheguei ao hotel.
Perguntaram-me qual era o doce típico
da região.
Fácil. É a Literatura
“Correntes d´Escritas” faz da Literatura um produto típico da Póvoa de Varzim.
Fácil. É a Literatura
“Correntes d´Escritas” faz da Literatura um produto típico da Póvoa de Varzim.
P.S. Inconfidência do dia. Os
jornalistas levam toda a parafernália de que precisam, mas há um jornalista
especial. Ele leve uma bola de matraquilhos. Quem?
Aceitam-se apostas.
Mário Rufino
Mariorufino.textos@gmail.com
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